O que dizer deste filme: violento, verdadeiro, parcial, interessante...tudo isso define parcialmente este belo filme.
O filme tem que ser pensando no aspecto político ideológico e enquanto peça de arte (FIlme).
A história se passa dentro de uma prisão em Belfast, onde estão presos alguns membros do grupo político IRA, que rejeitam as normas da prisão e fazem diversos protestos, entre eles jogar mijo no corredor, passar merda na parede, não cortarem cabelo ou barba e fazer eventuais greves de fome.
A primeira cena é um prisioneiro magro chegando a prisão, e se declarando contra o uso de uniforme de criminoso, como ele mesmo se refere às vestimentas. Na sequência ele se despe, numa cena bastante desconfortante, e segue nu para uma das celas, onde se encontra um outro prisioneiro do IRA, também nu.
Então o filme se desenrola por cenas fortes e violentas que retratam o dia-a-dia da prisão.
Há no filme um problema moral, já que coloca os policiais de uma prisão da Irlanda como os maus, e os terroristas presos do IRA como bonzinhos. Isso não é verdade, nem o contrário seria.
É evidente, no filme, o abuso de poder e o uso da violência pelos policiais, mas não podemos esquecer que os prisioneiros que lá estão são terroristas que já mataram inocentes (independentemente se a causa é justa, ou não).
Salvo este probleminha, o filme é excelente, é muito bem realizado, abusando de planos longos, que desconfortam e ajudam a esclarecer que ninguém gostaria de estar lá, nem quem está, nem o espectador.
O uso de lentes macro enriquece o filme, e muito.
Vale a pena ter atenção ao ator Michael Fassbender, que emagreceu muito quilos para a filmagem.
Gostei.
