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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira



Sempre foi mais fácil para mim ler livros nos quais conseguisse imaginar as palavras em imagens, sou muito mais imagético.

Há cerca de 5 anos atrás li, o ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA, de José Saramago, a leitura fluia maravilhosamente bem. Durante toda a leitura as imagens da degradação humana transbordavam em meus olhos cegos, via claramente a cada palavra que meu olho antecipava. Passei as quase 300 página apostanto corrida entre meus olhos e minha mente, a corrida foi curta!!!
(momento depoimento pessoal: na altura começava a trabalhar com cinema/video, e de maneira despretenciosa pensei, como seria se eu filmasse esse livro - só conseguia imaginar imagens entre manchas brancas, mas nada que me parecesse esteticamente bonito.).

Ontem me fartei de esperar e fui ao cinema assistir Blindness, do brasileiro Fernando Meirelles. Esperei por meses.
Ao final do filme, bem, não tinha palavras e não conseguia formar uma opnião clara sobre aquilo tudo. E para ser franco ainda estou com dificuldades. Portanto, não me culpem da confusão que será daqui para baixo.

...

Gostei de reconhecer São Paulo, minha cidade Natal nas telas, me senti orgulhoso.

Não gostei do filme tentar esconder isso, (concordo com meu amigo Alexandre Montenegro - http://batmanlusitano.blogspot.com/).
foi como ver um filme chinês falado em inglês.

Gostei da fotografia, o Charlone é Brutal, gostei dos desfoques e do exagero do branco. Gosto da montagem.

Gostei da ousadia dos planos, em especial no começo.

Gostei da montagem.

Como acompanhei o Blog "Diario de Blindnesse", http://blogdeblindness.blogspot.com/, senti falta de alguns planos que tanto preocupavam Meirelles, ou por serem curtos ou por serem menos intenso do que ele descrevia (casal japonês e corredor do supermercado).

Achei o filme violento, como deveria ser. Gostaria de ter visto antes da cena do estupro ser cortada.

Não me incomodou as pessoas andando como Zumbi. Se eu fosse cego, e não tivesse bengala, ou cão guia, acredito que andaria desta forma.

Enfim, já não sei o que falar sobre isso, preciso reassistir o filme, isso é um fato.

O filme não é espetacular como Cidade de Deus, mas queria eu chegar algum dia neste nível.

Parabéns Fernando e Equipa.